Bel Tasca

Minha interação com a arte sempre foi latente à minha maneira de enxergar e traduzir o mundo. Ler, escrever, sentir, falar, degustar, tocar, memorizar, expressar. Tudo se torna inteligível para mim a partir do momento que codifico artisticamente as mensagens; tanto as que internalizo quanto as que expresso. Talvez, venha daí a minha paixão e ligação profunda pelas artes e culturas antigas onde essa maneira particular de simbolizar as experiências em todos os níveis também acontecia.
Aos quatorze anos criei um código linguístico e simbológico próprio para conseguir traduzir e memorizar tudo aquilo que eu lia e sentia. Antes de me letrar, eu observava minunciosamente as imagens e figuras dos livros que ainda me são muito vivas na memória; assim como; as minhas próprias experiências vividas: cores, traços, paisagens, imagens. Tudo era por mim traduzido em arte e no meu particular modo de enxergar e memorizar as mensagens.
Ao longo da minha carreira acadêmica em Historia da Arte e da Cultura, fui agregando novos registros e estudando as culturas que os produziram. Minha arte é um profundo diálogo e também uma reverência aos artistas pré – históricas e antigas e minhas vivências pela vida no interior de Minas Gerais. Minha cerâmica, minhas esculturas e minhas pinturas tem essa vívida pretensão.